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Maomé IV de Marrocos

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Maomé IV de Marrocos
Sultão de Marrocos
Reinado 1859-1873
Predecessor Abderramão ibne Hixeme
Sucessor Haçane I
Nascimento 1830
  Fez
Morte 16 de setembro de 1873 (43 anos)
  Marraquexe
Sepultado em Mausoléu de Mulei Ali Xarife
Dinastia Alauita
Pai Abderramão ibne Hixeme
Mãe Lala Halima binte Suleimão
Religião islão

Maomé ibne Abderramane (em francês: Mohammed ben Abderrahmane), depois conhecido como Maomé IV ou Mohammed IV de Marrocos, também conhecido como (em árabe: محمد الرابع; Fez, 1830Marraquexe, 16 de setembro de 1873) foi sultão de Marrocos entre 1859 e 1873. Ele era um membro da dinastia Alauita.

Chefe militar

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Nascido em Fez, Mulei Maomé era filho do sultão Alauita Abderramão ibne Hixeme. Durante o reinado do seu pai, Maomé comandou o exército marroquino que foi derrotado pelos franceses na Batalha de Isly em agosto de 1844.

Após a derrota, com a permissão do seu pai, Mulei Maomé usou a sua capacidade como chefe do exército para lançar uma série de reformas militares significativas em 1845.[1] Ele convidou um grupo de oficiais tunisianos que serviram no exército otomano para criar e treinar o primeiro regimento de estilo europeu, o askari, como um complemento aos habituais guardas do palácio (abid) e as tropas tribais (ghish e nu'aib). Maomé IV montou a madrasa al-Muhandisin, uma escola de engenharia militar em Fez, supervisionada pelo conde renegado francês Joseph de Saulty, um oficial de artilharia de Argel. De Saulty desertou depois de um envolvimento amoroso e converteu-se ao islão, assumindo o nome de Abd al-Rahman al-Ali).[2] Maomé IV contratou escritores para traduzir vários livros europeus sobre engenharia e ciência. Ele esteve pessoalmente envolvido na tradução das obras de cientistas como Legendre, Newton e Lalande. Também fechou acordos com Gibraltar e o Egito britânicos para receber contingentes regulares de soldados marroquinos para treinamento de artilharia.[3]

Imediatamente após a ascensão ao trono em agosto de 1859, Maomé IV foi confrontado com o seu primeiro teste, a Guerra Hispano-Marroquina (1859) dirigida por Isabel II de Espanha. Incursões de tribos irregulares aos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilha, no noroeste de Marrocos, levaram a Espanha a exigir uma expansão das fronteiras de seu enclave em torno de Ceuta. Quando isso foi recusado por Maomé IV, a Espanha declarou guerra. A marinha espanhola bombardeou Tânger, Arzila e Tetuão. Uma grande força expedicionária espanhola desembarcou em Ceuta e posteriormente derrotou o exército marroquino na Batalha de Tetuão em fevereiro de 1860. O humilhante Tratado de Wad-Ras, assinado em abril de 1860, expandiu os enclaves, mas mais preocupante, impôs o pagamento de uma elevada indemnização a Marrocos de 100 milhões de francos, vinte vezes o orçamento do governo.[4] As provisões permitiram que os espanhóis tomassem Tetuão até que fosse pago. O tratado também cedeu à Espanha o enclave de Sidi Ifni, no sudoeste de Marrocos.[carece de fontes?]

Após a decepção da derrota e o esmagador fardo financeiro do tratado espanhol, Maomé IV gradualmente retirou-se para a passividade, dedicando-se a interesses acadêmicos e intelectuais em matemática, geometria, astronomia, poesia e música, deixando os assuntos políticos a a cargo de seu escravo e vizir efetivo do palácio, Si Moussa.[carece de fontes?]

Moeda de 4 falus (1873), cunhada por Maomé IV

Como pelo tratado, metade dos direitos alfandegários de todos os portos marroquinos foi designada para pagar a dívida espanhola, o governo do sultão alauita (o Makhzen) enfrentou uma situação financeira crítica e lançou o processo de "qaidização".[5] Tradicionalmente, o Makhzen tinha um entendimento com as tribos rurais semiautónomas, por meio das quais os líderes tribais concordavam em distribuir uma parte dos impostos que coletavam e a fornecer membros da tribo ao exército do sultão em tempos de guerra, caso contrário eram deixados a tratar dos seus próprios assuntos. As novas dificuldades financeiras da usurpação colonial levaram o Makhzen a exigir expropriações cada vez maiores de tropas e impostos das tribos. Quando as tribos hesitaram e começaram a recusar os impostos mais altos, o sultão decidiu contornar os líderes tribais eleitos (amghars), recusando-se a ratificar suas credenciais, e em vez disso, designou caides (governadores) de sua própria escolha, impondo-os às tribos. Os caides raramente eram do mesmo povo tribal que as tribos que governavam, mas eram homens ambiciosos, escolhidos primariamente pela sua habilidade implacável de esmagar a rebelião e forçar as tribos a saírem. Inicialmente concebido como um movimento centralizador, isso acabou por ter um efeito contrário, pois os caides, antes escondidos em seus feudos tribais, mostraram-se ainda mais ingovernáveis ​​do que os amghars jamais haviam sido. Durante o reinado de Maomé IV, Marrocos começou essencialmente a inclinar-se para o feudalismo, um processo que se acelerou durante o reinado de seu sucessor, Haçane I.[carece de fontes?]

Referências

  1. Laroui (1989: p.487)
  2. Martinière (1889: p. 320)
  3. Laroui (1989: p.488)
  4. Laroui (1989: p. 482)
  5. Park and Boum (1996: p.138-39)
  • Abun-Nasr, J.M. (1987) A History of the Maghrib in the Islamic Period. Cambridge, RU: Cambridge University Press
  • Laroui, A. (1989) "Morocco from the Beginning of the Nineteenth century to 1880" de J.F. Ade Ajayi, editor, Africa in the Nineteenth Century until the 1880s. Paris: UNESCO. pp.478-96
  • Martinière, H.M.P. de la (1889) Morocco, journeys in the kingdom of Fez and to the court of Mulai Hassan. Londres: Whittaker online
  • Park, T.K. and A. Boum (1996) Historical Dictionary of Morocco. Lanham, Md: Scarecrow
  • Pennell, C. (2000) Morocco since 1830: a history. Nova Iorque: New York University Press.
  • Dinastia Alauita de Marrocos
  • História de Marrocos