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Tipo penal: diferenças entre revisões

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e antijurídico (ilícito), esta linha de raciocínio é acompanhada por festejados doutrinadores como
e antijurídico (ilícito), esta linha de raciocínio é acompanhada por festejados doutrinadores como
Mirabete, Bitencourt ''et ccetera''. Iniciaremos o estudo do tipo penal pela '''TIPICIDADE''', isto
Mirabete, Bitencourt ''et ccetera''. Iniciaremos o estudo do tipo penal pela '''TIPICIDADE''', isto
é,qualidade do que é típico.
é, qualidade do que é típico.
O termo tipicidade é um neologismo, uma tradução do Alemão ''tatbestand''.
O termo tipicidade é um neologismo, uma tradução do Alemão ''tatbestand''.
Tipicidade significa a grosso modo "ação típica" e é o primeiro requisito do crime na ordem
Tipicidade significa a grosso modo "ação típica" e é o primeiro requisito do crime na ordem
de apuração. A tipicidade nasce como consequencia da coordenação do Princípio da Legalidade,
de apuração. A tipicidade nasce como consequência da coordenação do Princípio da Legalidade,
posto que um fato só costitui crime caso esteja tipificado no ordenamento jurídico do país
posto que um fato só costitui crime caso esteja tipificado no ordenamento jurídico do país
(''Nullum crimen, nulla poena sine lege''), e do Princípio da Causalidade, segundo o qual para
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mais atualmente surgiu a teoria da [[Tipicidade conglobante]], para esta o fato típico não é
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meramente formal, senão uma fusão da tipicidade formal com a tipicidade conglobante, isto é, para ser
meramente formal, senão uma fusão da tipicidade formal com a tipicidade conglobante, isto é, para ser
típico o fato precisa está formalmente descrito como crime no ordenamento jurídico do Estado e além
típico o fato precisa estar formalmente descrito como crime no ordenamento jurídico do Estado e, além
disto, apresentar antinormatividade e tipicidade material.
disto, apresentar antinormatividade e tipicidade material.


'''O tipo é a chave do processo penal'''
'''O tipo é a chave do processo penal'''


Cumpre ressaltar que não há delito sem tipo, logo o fato atípico não interessa ao Direito Penal.
Cumpre ressaltar que não há delito sem tipo, logo o fato atípico não interessa ao Direito Penal.
Não há importância prática em se estudar a antijuridicidade e posteriomente averiguar se há
Não há importância prática em se estudar a antijuridicidade e posteriomente averiguar se há
culpabilidade de um fato que não seja típico por uma prevalência lógica. O legislador se valhe da
culpabilidade de um fato atípico, por uma prevalência lógica. O legislador se valhe da tipicidade
tipicidade para descrever as condutas tidas como ilícitas ([[Ato ilícito]]), ou seja, a tipicidade do
para descrever as condutas tidas como ilícitas ([[Ato ilícito]]), ou seja, a tipicidade do fato é
fato é um '''indício de sua ilicitude'''.
um '''indício''' de sua ilicitude.


== Funções Principais do Tipo ==
== Funções Principais do Tipo ==

Revisão das 01h22min de 24 de maio de 2008

Tipo penal é a descrição legal de uma conduta definida como crime. O Tipo Penal é tratado no inciso II do art. 18 do Código Penal.


Tipicidade

Em seu livro "Introdução ao Direito Penal", vol I, Damásio de Jesus define o crime como fato TÍPICO e antijurídico (ilícito), esta linha de raciocínio é acompanhada por festejados doutrinadores como Mirabete, Bitencourt et ccetera. Iniciaremos o estudo do tipo penal pela TIPICIDADE, isto é, qualidade do que é típico.

  O termo tipicidade é um neologismo, uma tradução do Alemão tatbestand. 

Tipicidade significa a grosso modo "ação típica" e é o primeiro requisito do crime na ordem de apuração. A tipicidade nasce como consequência da coordenação do Princípio da Legalidade, posto que um fato só costitui crime caso esteja tipificado no ordenamento jurídico do país (Nullum crimen, nulla poena sine lege), e do Princípio da Causalidade, segundo o qual para que haja crime, da ação do agente deve derivar um resultado danoso. Deste modo, fato típico é uma ação ou omissão que se ajusta a uma previsão legal, a qual se atrela um efeito.

Ademais, há a tipicidade formal, para a qual típico é o fato descrito pela lei penal do Estado e a mais atualmente surgiu a teoria da Tipicidade conglobante, para esta o fato típico não é meramente formal, senão uma fusão da tipicidade formal com a tipicidade conglobante, isto é, para ser típico o fato precisa estar formalmente descrito como crime no ordenamento jurídico do Estado e, além disto, apresentar antinormatividade e tipicidade material.

  O tipo é a chave do processo penal

Cumpre ressaltar que não há delito sem tipo, logo o fato atípico não interessa ao Direito Penal. Não há importância prática em se estudar a antijuridicidade e posteriomente averiguar se há culpabilidade de um fato atípico, por uma prevalência lógica. O legislador se valhe da tipicidade para descrever as condutas tidas como ilícitas (Ato ilícito), ou seja, a tipicidade do fato é um indício de sua ilicitude.

Funções Principais do Tipo

O tipo penal tem duas funções principais:

1) Serve como fundamento do direito de punir do Estado.

2) Serve como indício de ilicitude (ou antijuridicidade).


Neste aspecto o tipo penal é um ratio cognoscendi, de modo que o fato não pode estar nem além, nem aquém do tipo penal para ser considerado típico. Por excessão, há momentos em que a tipicidade serve de ratio essendi, ou seja, se o fato for típico, já será considerado crime (segundo o conceito analítico de Crime = fato típico e antijuridico).

Divisão dos Tipos

                         1) De Descrição: Simples x Especificada


Tipo de Descrição Simples (tipo livre)

São tipos nos quais o legislador não faz nenhuma especificação ou exigência em relação ao agente, meio, objeto et ccetera, isto é, ele foi um paradigma de brevidade. Exemplo: "Matar alguém" (homicídio)

Tipo de Descrição Especificada

São os tipos que contém exigências ou especificações feitas pelo legislador. Neste casos, o fato só será tipico se houver a ocorrência da exigência contida no tipo. Esta exigência pode ser em relação ao:

SUJEITO ATIVO (ou agente): Ocorre quando o legislador exige um sujeito ativo especial e sem a presença deste não há crime. Exemplo: peculato (art. 132), somente o funcionário público (art. 327) pode praticar este crime; se o agente não for funcionário público o fato típico muda para Apropriação indébita (art. 168).

SUJEITO PASSIVO(vítima ou ofendido): É o titular do bem lesado. Há crimes que só podem ser cometidos contra determinados sujeitos, onde a vítima (lato sensu) é especificada. Exemplo: Estupro, somente pode (não deve) ser cometido contra mulheres; O "equivalente" quando tal conduta é praticada contra homens é a tipificação como Atentado Violento ao Pudor. Note-se a mudança de tipo.

MEIO EMPREGADO: Quando a distinção, ou especificação, se dá quanto ao meio empregado para a prática do fato. Observe a distinção que o legislador faz entre furto, roubo, extorsão e estelionato, todos estes são crimes que lesam o patrimônio, mas cada um tem suas especificidades.

FURTO: Consiste na subtração de coisa alheia móvel, SEM violência sobre a pessoa. (possível violência contra a coisa, ex: arrombar a gaveta para pegar algo que está dentro) ROUBO: [...]COM violência sobre a pessoa, ou grave ameaça. EXTORÇÃO: Cosntranger alguém para a obtenção de vantagem indevida. Obs: Ocorre quando a vítima, coagida, entrega a coisa. ESTELIONATO: Dá-se mediante engano ou fraude.

EM RELAÇÃO AO OBJETO: A exigência incide sobre o bem sobre o qual recai o fato típico. Exemplo: Se a apropriação indevida for de coisa MÓVEL, o crime pode ser de furto, roubo et ccetera, entretanto se apropriação for de coisa IMÓVEL o crime é de Usurpação.

EM RELAÇÃO AO MOMENTO: Há uma exigência quanto ao momento em que é praticado o crime. Exemplo: Infanticídio (art. 123), que consiste em matar o próprio filho sob efeito do estado puerperal, durante ou logo após o parto. Obs:Se o fato não atender à exigência, especificação, do momento a ser cometido o infanticídio, ele será tipificado como homicídio.


  2) Simples x Privilegiado x Qualificado pelo resultado;
  3) Normal x Anormal;
  4) Aberto x Fechado;
  5) Unitário x "De Conteúdo Variável"(comutativo ou alternativo).


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