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História da humanidade

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História
Pré-história Idade da Pedra

Paleolítico

Paleolítico Inferior c. 3,3 milhões - c. 300.000 a.C.
Paleolítico Médio c. 300.000 - c. 30.000 a.C.
Paleolítico Superior c. 30.000 - c. 10.000 a.C.
Mesolítico c. 13.000 - c. 9.000 a.C.

Neolítico

c. 10.000 - c. 3.000 a.C.
Idade dos Metais Idade do Cobre c. 3.300 - c. 1.200 a.C.
Idade do Bronze c. 3.300 - c. 700 a.C.
Idade do Ferro c. 1.200 a.C. - c. 1.000 d.C.
Idade Antiga Antiguidade Oriental c. 4.000 - c. 500 a.C.
Antiguidade Clássica c. 800 a.C. - 476 d.C.
Antiguidade Tardia c. 284 d.C. - c. 750
Idade Média Alta Idade Média 476 - c. 1000
Baixa Idade Média Idade Média Plena c. 1000 - c. 1300
Idade Média Tardia c. 1300 - 1453
Idade Moderna 1453 - 1789
Idade Contemporânea 1789 - hoje

A história da humanidade ou história humana descreve a história dos seres humanos como determinada pelos estudos arqueológicos e registros históricos. A chamada História Antiga começa com a invenção da escrita.[1][2]

Pré-História

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Ver artigos principais: Pré-história e Evolução humana

Há certas dúvidas sobre quais foram exatamente os nossos antepassados mais remotos. Os seres humanos modernos só surgiram há cerca de 200 mil anos.[3] Os humanos são primatas e surgiram na África; duas espécies que pertenceram aos primórdios da evolução dos hominídeos foram o Sahelanthropus tchadensis, com um misto de características humanas e símias, e o Orrorin tugenensis, já bípede, mas não se sabe o tamanho do cérebro, que no Sahelanthropus era de 320–380 cm cúbicos. Ambos existiam há mais de 6 milhões de anos.[4] Os hominídeos da época habitavam a África subsariana, a Etiópia e Tanzânia, ou seja na África Oriental. Seguiram-se a esses primeiros hominídeos os Ardipithecus e mais tarde (há 4,3 milhões de anos até há 2,4 milhões) os Australopithecus, descendentes dos Ardipithecus. Tinham (os australopitecos) maiores cérebros, pernas mais longas, braços menores, e traços faciais mais parecidos aos nossos.[5]

Há 2,5 milhões de anos surge o gênero Homo, Homo habilis na África oriental, com ele começam-se a usar ferramentas de pedra totalmente feitas por eles (começando o Paleolítico) e carne passa a ser mais importante na dieta do Homo habilis. Eram caçadores e tinham um cérebro maior (590–650 cm cúbicos), mas tinham braços compridos.[6]

Mas os H. habilis não eram apenas caçadores, pois também eram necrófagos e herbívoros.[7]

Havia outras espécies como o Homo rudolfensis que tinha um cérebro maior e era bípede e existiu durante a mesma época que o Homo habilis. Há dois milhões de anos surgiu o Homo erectus: de constituição forte, com um cérebro muito maior (810–1 250 cm cúbicos), rosto largo e foi o primeiro hominídeo a sair de África existindo na África, Ásia e Europa, existindo até há 500 mil anos. É o primeiro a usar o fogo.[8] Há 300 mil anos já tinha estratégias elaboradas de caça a mamíferos corpulentos.[7]

A era glacial começou há 1,5 milhões de anos.[9]

Migrações humanas em todo o globo (os números indicam os milênios antes da nossa era)

Há uns 50 mil anos, os seres humanos lançaram-se à conquista do planeta em diferentes rumos desde África. Um rumo alcançou a Austrália. A outra chegou a Ásia Central, para logo se dividir em dois, uma a Europa, e a outra caminhou até cruzar o Estreito de Bering e chegou à América do Norte. As últimas áreas a ser colonizadas foram as ilhas da Polinésia, durante o primeiro milênio.[10]

Os neandertais eram robustos, com um cérebro grande, e viviam na Europa e oeste da Ásia. Sobreviveram até 24 mil anos atrás e coexistiram com os modernos Homo sapiens sapiens, apesar de estudos de ADN provarem que não podiam reproduzir-se entre si.[11]

A origem dos Homo Sapiens atuais é bastante discutida, mas a maioria dos cientistas apoia a teoria da Eva Mitocondrial, apoiada por testes genéticos, em vez da teoria evolução multirregional que defende que os seres humanos modernos evoluíram em todo o mundo ao mesmo tempo a partir das espécies Homo lá existentes e que se reproduziram entre si entre as várias migrações que supostamente fizeram. Os primeiros fósseis totalmente humanos foram encontrados na Etiópia e datam de aproximadamente 160 mil anos.[12][13]

Há cerca de 35 mil anos surgiu a arte paleolítica na Europa.[14] Consistia em pinturas nas paredes das grutas, e pequenas esculturas eram feitas em madeira ou pedra, representado várias vezes símbolos de fertilidade.[15]

Idade Antiga ou Antiguidade, na periodização das épocas históricas da humanidade, é o período que se estende desde a invenção da escrita (de 4 000 a 3 500 a.C.) até à queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Embora o critério da invenção da escrita como balizador entre o fim da Pré-história e o começo da História propriamente dita seja o mais comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura material das sociedades têm procurado repensar essa divisão mais recentemente. Também não há entre os historiadores um verdadeiro consenso sobre quando se deu o verdadeiro fim do Império Romano e início da Idade Média, por considerarem que processos sociais e econômicos não podem ser datados com a mesma precisão dos fatos políticos.[16]

Também deve-se levar em conta que essa periodização está relacionada à História da Europa e também do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com a historiografia positivista que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma ciência e uma disciplina acadêmica. Se repensarmos os critérios que definem o que é a Antiguidade no resto do mundo, é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras.[17]

No caso da Europa e do Oriente Próximo, diversos povos se desenvolveram na Idade Antiga. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram a civilização que originou a escrita e a urbanização, mais ou menos ao mesmo tempo em que surgia a civilização egípcia. Depois disso, já no Primeiro milénio a.C., os persas foram os primeiros a constituir um grande império, que foi posteriormente conquistado por Alexandre, o Grande. As civilizações clássicas da Grécia e de Roma são consideradas as maiores formadoras da civilização ocidental atual. Destacam-se também os hebreus (primeira civilização monoteísta), os fenícios (senhores do mar e do comércio e inventores do alfabeto), além dos celtas, etruscos e outros. O próprio estudo da história começou nesse período, com Heródoto e Tucídides, gregos que começaram a questionar o mito, a lenda e a ficção do fato histórico, narrando as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso respectivamente.

Na América, pode-se considerar como Idade Antiga a época pré-colombiana, onde surgiram as avançadas civilizações dos astecas, maias e incas. Porém, alguns estudiosos considerem que em outras regiões, como no que hoje constitui a maior parte do território do Brasil, boa parte dos povos ameríndios ainda não havia constituído similar nível de complexidade social e a classificação de Pré-história para essas sociedades seria mais correta. Na China, a Idade Antiga termina por volta de 200 a.C., com o surgimento da dinastia Chin, enquanto que no Japão é apenas a partir do fim do período Heian, em 1185, que podemos falar em início da "Idade Média" japonesa. Algumas religiões que ainda existem no mundo moderno tiveram origem nessa época, entre elas o cristianismo, o budismo, confucionismo e judaísmo.

Ver artigo principal: Antigo Egito

O Antigo Egito (atual República Árabe do Egito), atravessado pelo rio Nilo, com 6 500 km e 6 cataratas, limitado por dois desertos (Deserto da Líbia e Deserto da Arábia), localizava-se no nordeste da África. Ao norte, o mar Mediterrâneo facilitava a viagem por mar e a atividade comercial com as demais civilizações. A leste, o mar Vermelho era a segunda via de comunicação depois do mar Mediterrâneo.[18]

O rio Nilo era a origem da vida dos antigos egípcios, os quais dedicavam-se principalmente à agricultura. Entre junho e setembro, no tempo das enchentes, as chuvas intensas transbordavam o rio; este inundava e revestia as vastas e extensas terras localizadas nas suas margens. O solo era fertilizado pelas águas, porque elas levavam limo e matéria orgânica, esta última transformada num excelente fertilizante. Bem como fertilizantes, o rio havia oferecido muitos peixes e propiciou a navegação de milhares de barcos.[18]

Mapa do Antigo Egito

Na hipótese dos egípcios, o rio Nilo era realmente benzido pelos deuses. Quer dizer, o mesmo rio era conhecido como santo. No entanto, o Egito não era exclusivamente essa dádiva do Nilo. Eram necessários homens experientes, trabalhadores, aplicados e organizados.[18] Na época da estiagem, enquanto cooperavam para que unissem forças, os egípcios desfrutavam das águas do rio para que fossem irrigadas inclusive terras longínquas ou que fossem erguidos diques para que as enchentes fossem controladas.[18]

Depois das enchentes, as águas diminuíam, desfazendo os limites das fazendas. Dessa forma, a cada ano que passava, a necessidade do homem trabalhador para a medição e o cálculo desenvolveu a geometria e a matemática. Esse trabalho frequente e a unidade geográfica favoreceram um governo centralizador e único.[18]

Períodos históricos do Egito

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Povoou-se o vale do rio Nilo a partir do paleolítico. Ao longo do tempo, nasceram comunidades livres e estruturadas denominadas nomos. Os nomos foram organizados em ambos os reinos (do Norte e do Sul) e no ano de 3 200 a.C., o faraó Menés unificou o total dos reinos num único reino. Com ele, iniciaram-se as grandes dinastias (famílias reais governantes do Egito por mais ou menos três mil anos).[18]

A História do Egito é usualmente dividida na periodização de quatro grandes etapas:[18]

No fim do Médio Império, muitos hebreus, que perderam a liberdade e até que enfim ganharam-na de novo para retornarem à pátria de onde originaram-se, imigraram pacificamente ao Egito. Após os hebreus, o Egito foi invadido pelos hicsos, que ali se estabeleceram por 200 anos. Os carros de guerra, que os egípcios não sabiam da existência, foram inseridos pelos hicsos, expulsos em 1 580 a.C., marco inicial do Novo Império.[18]

No fim do Novo Império, o Egito foi desfortalecendo e decaindo aos poucos, e isso favoreceu para que o país mais antigo do mundo fosse invadido e dominado por parte de uma grande variedade de civilizações, como persas, gregos, romanos e muçulmanos. No início do século XX, o Reino Unido conquistou politicamente o Egito, que declarou sua independência como monarquia constitucional em 1922, antes da proclamação da república em 1953, como nação contemporânea com governo próprio.[18]

Sociedade egípcia

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A sociedade egípcia era dividida em certos níveis, cada um com suas funções muito determinadas. Naquela sociedade, a mulher era muito prestigiada e autoritária.[18]

O faraó significava a própria vida que passava no Egito. Era monarca e deus vivo. Fruto de adoração, reverência. Seu direito era o de ter uma grande variedade de esposas, a maior parte delas sendo familiares, para que o sangue real em família fosse garantido. Mas, apenas uma utilizava o título de rainha e dela ocorria o nascimento do herdeiro

No ponto mais alto da pirâmide estava o faraó, sem limites de poderes, porque via-se o faraó como uma santidade, divindade e aceitado como uma pessoa que descendia de deus ou como o verdadeiro deus. É o sistema de governo chamado teocracia, ou seja, o governo em que deus é regente.[18]

  • O faraó era um rei todo-poderoso e o país todo era propriedade sua. Os campos, os desertos, as minas, os rios, os canais, os homens, as mulheres, o gado e os animais em sua totalidade — eram todos pertencentes ao faraó.[18] Ele era, em igual tempo, rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele quem determinava e comandava tudo, porém, não sendo possível a sua presença em todos os locais, confiava encargos a mais de cem funcionários que o ajudavam para administrar o Egito. Na visão dos egípcios, o próprio faraó sobreviveria e esperava ser feliz.[18]
  • Os sacerdotes eram enormemente prestigiados e poderosos, tanto espiritualmente como materialmente, porque controlavam as riquezas e os bens dos vastos e enriquecidos templos. Eram também os egípcios que sabiam muito, guardavam os mistérios científicos e religiosos que se relacionavam com sua grande quantidade de deuses.[18]
  • A nobreza era constituída por pessoas da família do faraó, funcionários de primeiro escalão e enriquecidos fazendeiros.[18]
  • Os escribas, que vieram das famílias enriquecidas e abastadas, estudavam a leitura e a escrita e eram dedicados ao registro, à documentação e à contabilidade de documentos e atividades da vida do Egito.[18]
  • Os artesãos e os comerciantes. O trabalho dos artesãos era feito somente aos reis, à nobreza e aos templos. Fabricavam belas peças de adorno, utensílios, estatuetas, máscaras funerárias. O trabalho dos artesãos com madeira, cobre, bronze, ferro, ouro e marfim era excelente. Já os comerciantes eram dedicados ao comércio sob a responsabilidade dos reis ou em benefício próprio, adquirindo, comercializando ou permutando produtos com as demais civilizações, como cretenses, fenícios, povos da Somália, da Núbia, etc. O comércio obrigou que fossem construídos os imensos barcos de carga.[18]
  • Os camponeses constituíam a maioria da população.[18] O faraó organizava e controlava os trabalhos agrícolas, porque as terras, em sua totalidade, pertenciam ao governo. As enchentes do Nilo, os trabalhos de irrigar, semear, colher e armazenar os grãos forçavam os camponeses a trabalhar arduamente e receber pouco dinheiro. Em geral, os camponeses eram pagos com uma pequena parte dos produtos que colhiam e somente o suficiente para que sobrevivessem. Moravam em cabanas precárias e usavam roupas bem simplistas. Os serviços dos camponeses eram prestados também nas terras dos membros da nobreza e nos templos. A principal atividade econômica do Egito era a agricultura, por causa da falta de terreno e da escassez de vegetação para a criação de mais rebanhos. Como os camponeses eram pobres, eles plantavam cevada, trigo, lentilhas, árvores frutíferas e videiras. Fabricavam pão, cerveja e vinho. Muitos peixes eram oferecidos pelo Nilo.[18]
  • Os escravos eram, na maior parte, perseguidos dentre os derrotados nas guerras. Foram severamente obrigados a trabalhar como construtores das grandes pirâmides, exemplificando.[18]

A importância de alguns faraós

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Havia numerosos faraós governantes do Egito no decorrer da sua história. Certos conseguiram algum destaque.[18]

  • Menés (ou Narmer), em 3 000 a.C., unificou os reinos do norte e do sul num único reino.[18]
  • Djoser (Zozer), reino no qual surgiu o primeiro edifício monumental em pedra do mundo, a pirâmide de Djoser, medida em degraus.[18]
  • Quéops, Quéfren e Miquerinos ficaram mundialmente conhecidos como os faraós que construíram as três maiores pirâmides do Egito, na planície de Gizé. Pai de Quéfren, foi sucedido em seu trono e também ergueu a sua pirâmide a uma certa distância em metros da do pai. Depois de Quéfren, reinou Miquerinos, ordenando que fosse construída sua pirâmide próxima das demais, porém, com uma pequena diferença de tamanho.[18]
  • Amenófis IV, também denominado de "sacerdote do deus Sol", ficou conhecido mundo afora como o faraó que uniu a religião egípcia, obrigando que venerassem a uma única divindade, o Sol, denominado de Aton. Seu nome foi mudado de Amenófis (cujo significado é "Amon tem satisfação") para Aquenaton (cujo significado é "aquele que serve Aton"). Foi antipatizado pelos sacerdotes e pelo fanatismo do povo e este, depois que o faraó morreu, retornou aos velhos cultos.[18]
  • Tutancâmon, que pertencia à família de Aquenaton, tomou posse do novo reino ainda em plena juventude aos cinco anos de idade. Seu reino durou pouco tempo, devido à sua morte ocorrida aos dezoito anos de idade. Tornou-se muito famoso no século XX, pois em 1924, o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou no Vale dos Reis, o seu sarcófago muito rico. O túmulo, intocado, ainda não tinha sido alvo de violação por criminosos e continha riquezas de valor, porque as matérias-primas desses objetos eram ouro, prata e pedras preciosas. Havia objetos extraordinariamente ricos como máscaras mortuárias, sarcófagos, estátuas, móveis, joias, vasos, carros fúnebres, entre outros. Por esse descobrimento da arqueologia, é possível ter uma ideia do quanto era grandiosa, luxuosa e rica a vida dos faraós, enquanto a maior parte da população, constituída por camponeses, vivia durissimamente e comia menos.[18]

Religião e mitologia egípcias

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Ver artigo principal: Mitologia egípcia

Os egípcios eram profundamente religiosos.[18] Isso era importante porque a fé formava uma sociedade civilizada e organizada. Eram politeístas (acreditavam numa grande variedade de deuses). A partir dos primeiros tempos, os egípcios veneravam um grande número de deuses estranhos.[18] Os mais antigos deuses foram animais e toda a pessoa era protegida por deuses-animais. Veneravam gatos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas, escaravelhos, etc.[18]

Dentre os animais venerados, o mais conhecido foi o boi Ápis que, durante a sua morte, causava tristeza no Egito inteiro e os sacerdotes buscavam nos campos um substituto que tivesse a mesma semelhança física. Criam na possível reencarnação de um deus num animal de vida própria.[18] O rio Nilo, com suas inundações diárias, e o vento aquecido do deserto, que acabava com as colheitas, eram venerados como forças naturais.[18]

Os egípcios criam na reencarnação, por esse motivo cultuavam as pessoas que morriam. Cada localidade era protegida por seus deuses, com características diferenciadas, sendo certos deles metade homem e metade animal (em geral, corpo humano e cabeça de animal — antropomorfismo).[18]

Deuses do Egipto
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: o deus Sol, que na união com o deus Amom (Amom-Rá) era o mais importante deus egípcio.[18]
Nut: é o firmamento, simbolizado por um indivíduo do sexo feminino com os membros inferiores no Hemisfério Oriental e as mãos no Hemisfério Ocidental. Os corpos celestes percorriam ao longo do seu corpo. Seu filho, Rá (o Sol), é engolido por ela durante o período noturno e renascia a cada período diurno.[18]
Rá, o deus Sol
Babuíno divino: aquele que provou que a viagem da barca solar era verdadeira.[18]
Barca solar de Rá, a qual em uma viagem permanente, diariamente o devolve à Terra e no período noturno o conduz novamente à vida eterna.[18]
Ísis: seu marido é Osíris e seu filho era Hórus. Protegia a vida vegetal, as águas (as enchentes do Nilo) e as sementes. As chuvas significariam as lágrimas de Ísis buscando seu marido, Osíris, que também representa o rio Nilo.[18]
Néftis: irmã de Osíris, era casada com Set.[18]
Maat: protegia a justiça, a verdade, e o equilíbrio universal.
Hórus: a divindade falconídea, cujos pais eram Osíris e Ísis, também venerado como o nascer do Sol.[18]
Osíris: no seu hábito em forma de múmia, protegia os falecidos, a vida vegetal, a fecundidade. Também venerado como o pôr do Sol. Era ele que vinha procurar as almas dos mortos para que fossem sentenciadas no seu tribunal (Tribunal de Osíris).[18]
Sacmis: divindade com corpo feminino e cabeça leonina. Protegia os conflitos militares e, por ser forte, encarregou-se de matar os inimigos de Rá.[18]
Ptá: protegia Mênfis, considerava-se o Grande Arquiteto do Universo, conforme teriam dito os membros da maçonaria, e protegia os profissionais do artesanato.[18]
Quenúbis: deus pastor, protegia as nascentes e as enchentes do Nilo.[18]
Anúbis: deus chacal, guardava os túmulos, protegia a vida após a morte, mediava entre o firmamento e o nosso planeta.[18]
Tote: protegia o conhecimento, os poderes mágicos e elaborou a escrita. Considerava-se o escriba divino e protegia os escribas.[18]
Hator: divindade feminina apresentada com ambas as formas: como uma fêmea do boi com os chifres e o Sol entre eles e como uma mulher tendo o Sol entre os chifres. Protegia os vaidosos, os músicos, os felizes, os prazerosos e os apaixonados.[18]
Seti: grande inimigo de Osíris (o Nilo), considerava-se o vento aquecido do deserto. Personificação do mal, causava raios e trovões e protegia as armas de fogo.[18]
Amom (de Tebas): divindade das divindades da mitologia egípcia, em seguida venerado juntamente com Rá, com a denominação de Amom-Rá.[18]
Bes: espírito (ou demônio) monstruoso e maligno,[18] morava no inferno.[18]
Tuéris: divindade feminina em formato de hipopótamo, protegia as mães com bebê na barriga.[18]
Bastet: deusa gata, a qual passava as desejáveis influências da divindade solar para as pessoas.[18]
Templos egípcios
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Templo de Luxor

Os templos egípcios não eram da mesma forma que as igrejas atuais. Eram luxuosos, de tamanhos imensos,[18] com um portão suntuoso e vastos pátios amplificados. As gigantescas colunas sustentavam os templos. Na parte do fundo estava situada a estátua da divindade do lugar e nos lados os demais poucos deuses. Na frente, o colosso das estátuas dos faraós construtores dos templos. No interior dos templos, moravam os diversos sacerdotes, com raspão no cabelo e que vestiam-se com uma única túnica. Do Antigo Egito restaram as ruínas dos dois grandes templos, o templo de Luxor e o templo de Karnak.[18]

Cerimônias fúnebres
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Múmia dentro do sarcófago

Quanto às múmias, os egípcios criam que o ser humano eram constituídos por (o corpo) e por (a alma). Na opinião deles, quando morria, o corpo (Ká) era deixado pela alma (Rá), mas era possível a continuidade da vida da alma (Rá) no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso podia acontecer caso se preservasse o corpo que precisava suportá-la. Daí vinha a necessidade do embalsamamento ou da mumificação do corpo para que a decomposição do mesmo fosse impedida. Para assegurar que a alma sobrevivesse, em caso de destruição da múmia, eram colocadas no túmulo estatuetas da pessoa que morreu.[18]

O túmulo era onde habitava um morto assim como a casa é onde habita um vivo, com mobiliários e alimentos provisionados. As pinturas que aparecem nas paredes significavam as cenas da vida de um morto à mesa, na perseguição aos animais e na atividade pesqueira. Eles criam na magia dos poderes dessas pinturas, porque na opinião deles, isso representava o sentimento de felicidade e serenidade da alma durante a sua contemplação perante às imagens.[18] A alma da pessoa que morreu era apresentada ao Tribunal de Osíris, onde era sentenciado por suas obras, para ver se era possível a sua admissão no reino de Osíris.[18]

Os túmulos eram moradias de eternidade. Para que os corpos fossem melhor protegidos, colocavam-se as múmias em sarcófagos hermeticamente tampados. Os faraós, os nobres, os ricos e certos sacerdotes erguiam os imensos túmulos feitos de pedras para assegurar que os corpos fossem protegidos contra ladrões e profanadores. Faziam-se sarcófagos para assegurar que o morto aguardasse por muito tempo até o retorno da sua alma.[18]

Assim, construíram-se mastabas, pirâmides e hipogeus com rico adorno.[18]

Cultura egípcia

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Durante a antiguidade, a cultura egípcia era o conjunto de manifestações culturais desenvolvidas no Antigo Egito. Sem falar nas pirâmides, mastabas, hipogeus e nos vastos templos, a arte do Antigo Egito era manifestada também nos palácios, nas luxuosas colunas e obeliscos, nas esfinges, na estatuária e na arte decorativa em baixo-relevo. Listados abaixo:[18]

  • Mastabas: As mastabas eram túmulos revestidos com lajes rochosas ou feitas de tijolo especial. Possuíam uma capela, a câmara mortuária e demais compartimentos.[18]
  • Hipogeus: Escavação de túmulos nas rochas, perto do talvegue do Nilo. O hipogeu mais conhecido foi de Tutancâmon, que localiza-se no Vale dos Reis.[18]
  • Esfinge: As esfinges guardavam os templos e as pirâmides. A esfinge na frente da pirâmide de Quéfren possui cabeça humana e corpo leonino.[18] Sua frase célebre é "Decifra-me ou te devoro".[19]
  • Obelisco: Monumento cuja matéria-prima é uma única pedra no formato de agulha para que fosse marcado certo fato ou realização. Significa também um raio do deus sol.[18]
Nas pirâmides reais, havia corredores secretos, galerias, câmaras, portas e passagens falsas para enganar ladrões, cripta, corredores de ventilação e a câmara do rei

No antigo Egito foram erguidas mais de cem pirâmides. As três grandes incluem-se dentre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até os dias atuais as pirâmides apresentam certos segredos para a mente humana. Dessa forma a moderna engenharia não pôde ainda esclarecer como foi que, naquele momento, conseguiu-se transportar blocos rochosos de 2 a 10 ou mais toneladas que vieram de longe até o deserto onde são encontradas as pirâmides. Mais complicado ainda é esclarecer como conseguiram carregar pedras em cima de pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é esclarecer o motivo da construção das pirâmides com seus lados voltados com rigor para os quatro pontos cardeais. Atualmente, diversas pessoas no mundo inteiro creem num misterioso poder de concentração enérgica e de preservação no interior das pirâmides. Dessa forma, não teriam estragado as coisas deterioráveis que fossem postas dentro, na posição que a câmara do rei ocupa.[18]

Para isso, com ajuda de uma bússola, necessita-se da orientação das bases piramidais na direção dos quatro pontos cardeais. Crê-se, também, em curar ou melhorar a saúde por meio da utilização de uma pirâmide de cobre em bom estado para que fosse abrigado um ser humano dentro dela.[18]

As ciências egípcias
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Não é à toa que as sete maravilhas do mundo antigo estão no Egito, que legou à humanidade grandes conhecimentos. Os egípcios haviam desenvolvido a arquitetura, a matemática, a astronomia, a medicina e a engenharia, além do ano dividido em 365 dias, 12 meses com 30 dias. Utilizavam os relógios solares, estelares e à base de água para que o tempo fosse medido.[18]

Na matemática, os egípcios haviam desenvolvido a geometria, porque foram necessárias a medição das terras rurais e o levantamento das vastas construções.[18] Na medicina, possuíam médicos conhecedores de uma grande variedade de doenças, além de trabalharem como cirurgiões, usando até mesmo anestésicos.[18] Mas, a medicina egípcia era mais esotérica que científica, por acompanhar-se de magias e por suplicar os deuses.[18]

Especializaram-se em mumificação de corpos por meio de recursos de embalsamamento os quais preservaram numerosos corpos até os dias atuais. De acordo com Heródoto, um historiador grego de muita fama, fazia-se o processo de mumificar o corpo da seguinte forma:[18]

[18]

Em seguida o corpo era colocado no sarcófago. Os pobres possuíam processos de mumificação mais fáceis.[18]

Língua e literaturas egípcias
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Hieróglifos em uma estela funerária

Os egípcios foram um dos primeiros povos que usaram a escrita no mundo. Haviam desenvolvido três alfabetos:[18]

  • O alfabeto hieróglifo que considera-se religioso;[18]
  • O alfabeto hierático, mais fácil, usado pelos nobres e pelos membros do sacerdócio;[18]
  • O alfabeto demótico era um tipo de escrita utilizado pela maioria da população.[18]

Na época da campanha de Napoleão Bonaparte no Egito, o arqueólogo francês Jean François Champollion levou para a França, em 1799, uma pedra da cidade de Roseta, que abrange escrita em três tipos de alfabeto: hieróglifos, grego e demótico. Em 1822, Champollion, relacionando o texto em língua grega clássica com o mesmo tema em hieróglifos, conseguiu a decodificação do alfabeto egípcio, colaborando para os estudos da civilização egípcia.[18]

Os egípcios escreviam especialmente em uma planta denominada papiro, muito encontrada às margens do Nilo. Cortava-se o miolo do papiro, ligavam-se e prensavam-se as partes umas às outras, compondo rolos que até mesmo eram importados por povos vizinhos. Diversos livros escritos foram deixados pelos egípcios, a maior parte deles sobre assuntos relacionados à religião, como o conhecido Livro dos mortos.[20]

Música egípcia
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Pelos documentos achados, como músicas fragmentadas e instrumentos, a arte musical começaria na Mesopotâmia e no Antigo Egito. Na verdade, em 1950 os arqueólogos haviam encontrado uma canção de origem assíria datada de 4 000 a.C., inscrita numa tabuleta feita de argila.[20]

Os egípcios utilizavam muito a música em quaisquer das ocasiões religiosas ou da sociedade, como casamentos, festas, canções de guerra, de vitória, ou para que fossem expressos sentimentos tristes e fúnebres. Entre os instrumentos musicais incluem a lira, cítara, oboé, címbalo, harpa e outros com caixa de ressonância. Era comum que as mulheres enriquecidas cantassem muito bem. Junto com a música, a dança e a coreografia foram desenvolvidas. Os mesopotâmicos e os egípcios conseguiram que a música fosse escrita por meio de sinais.[20]

Influência da civilização egípcia sobre outras civilizações
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Os egípcios influenciaram o progresso de uma grande variedade de povos vizinhos ou distantes. Diversos eruditos de demais povos da antiguidade procuravam seus saberes no Egipto, em que estagiavam. Criaram a geometria, que depois os gregos e demais povos começarão a seguir.[20]

Os egípcios influenciaram quase toda a medicina. Na verdade, superaram todos os povos antigos nos saberes médicos.[20]

No que diz respeito à religião, seus deuses e suas crenças se espalharam por toda a parte. O mundo foi impressionado pelas pirâmides e os egípcios acreditavam que a alma era imortal, considerando isso um avanço espiritual.[20]

No que tange à escrita, foram pioneiros na arte de escrever, e seus caracteres foram para a Fenícia, onde simplificaram-se, tendo como resultado o alfabeto que possuímos nos dias atuais. Grande colaboração às civilizações antigas foi o papiro fornecido pelo Egito ao mundo antigo inteiro para que fossem escritos seus livros, formadas suas bibliotecas e fornecido material para que seus sábios estudassem.[20]

O Tigre e o Eufrates

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A designação Mesopotâmia se aplica à região correspondente ao atual Iraque e leste da Síria, a terra entre os rios Tigre e Eufrates cujas nascentes ficam nas montanhas do leste da Turquia. O Eufrates, que segue um curso mais tortuoso atravessando a Turquia e fazendo uma curva acentuada na Síria, é o mais longo dos dois rios, com 2 800 km. O Tigre segue um curso mais rápido e direto rumo ao sul e possui 1 840 km de extensão. Os dois rios chegam ao seu ponto mais próximo na atual Bagdá, onde são separados por uma distância de 30 km, e voltam a se afastar ao serpentear pela grande planície aluvial do sul do Iraque. Nessa região, a irrigação proporcionava uma terra fértil na qual se plantava principalmente cevada e tâmaras. Hoje em dia os dois rios se juntam e formam o Shatt el-Arab, mas, na Antiguidade, desembocavam em locais separados no golfo Pérsico, cuja linha costeira se deslocou para o sul ao longo dos milênios.

O início da civilização

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Arqueólogos conseguiram identificar várias culturas pré-históricas organizadas em vilas na Mesopotâmia. A localização de Uruk (chamada de Ereque em Gênesis) no sul da Mesopotâmia ilustra a transição de vila para cidade. Foi encontrado um templo de 78 m por 33 m, decorado com cones de terracota com cerca de 10 cm de comprimento, pintados em preto, vermelho e branco e inseridos no reboco de argila dessa construção datada do final do quarto milênio a.C. Essa época é marcada pelo surgimento dos objetos de cerâmica moldados em rodas de olaria e, principalmente, pelos primeiros exemplos de escrita, datados de c. 3100 a.C. Inscrições em tábuas de argila registram o comércio de produtos como cereais, cerveja e animais domésticos. Uma vez que empregam cerca de setecentos sinais pictóricos separados, são, obviamente, complexas demais para serem consideradas as primeiras tentativas de um povo de preservar suas ideias. Por certo, o desenvolvimento da escrita teve um estágio anterior do qual ainda não foram encontradas evidências. A língua usada nesses textos é desconhecida, mas, uma vez que a escrita é, em sua maior parte, pictórica, pelo menos parte do seu significado pode ser compreendido.

O Período Dinástico Antigo

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Nesse período que se estende de 2750 a.C. a 2371 a.C., várias cidades-estados - Sipar, Kish, Lagash, Uruk, Larsa, Umma, Ur e Eridu - surgiram no sul da Mesopotâmia. São desse período as inscrições curtas em sumério, a primeira língua do mundo a ser registrada por escrito. A origem dos sumérios ainda é obscura. Há quem argumente que vieram de fora da Mesopotâmia, talvez da região montanhosa do Irã, outros afirmam que eram nativos da Mesopotâmia. Sua língua não fornece muitas pistas, pois tem pouca ou nenhuma ligação com outras línguas conhecidas. Em 2500 a.C., o sistema sumério de escrita cuneiforme (em forma de cunha) já era usado para registrar outra língua, o acádio, uma língua semítica associada ao hebraico e ao árabe.

Escavações realizadas em Ur (Tell el-Muqayyar) por C.L. Woolley em 1927 encontraram o cemitério dos reis do final do período dinástico antigo (2600 a.C. - 2400 a.C.). Alguns dos túmulos reais apresentam vestígios de sacrifícios humanos, sendo possível observar que 74 servos foram entorpecidos na Grande Cova da Morte. Para reconstruir nove liras e três harpas encontradas no local, os orifícios resultantes da decomposição de partes de madeira desses instrumentos foram preenchidos com gesso calcinado e cera de parafina derretida. O "Estandarte de Ur", medindo cerca de 22 cm de comprimento, provavelmente era a caixa acústica de um instrumento musical. A decoração com conchas sobre um fundo de lápis-lazúli, calcário vermelho e betume retrata, de um lado, uma cena de guerra, e, de outro, uma cena de paz com homens participando de um banquete vestidos com saias felpudas. Uma música aparece tocando uma lira de onze cordas, uma imagem importante para a reconstituição das liras usadas em Ur. Sabe-se, ainda, que o lápis-lazúli era importado de Badkshan, na região nordeste do Afeganistão. Entre outras descobertas, pode-se citar o suntuoso adorno para a cabeça feito em ouro que pertencia à rainha Pu-abi, uma adaga com lâmina de ouro e cabo em lápis-lazúli, recipientes de ouro e um tabuleiro retangular marchetado com 22 quadrados e dois conjuntos de sete fichas de um jogo cujas regras são desconhecidas.

A Dinastia Acádia

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Em 2371 a.C., o copeiro do rei de Kish depôs seu senhor e usurpou o trono, assumindo o nome de Sharrum-kin - "rei legítimo" - mas conhecido como Sargão, uma designação usada no Antigo Testamento para um rei posterior da Assíria. Sargão atacou as cidades de Umma, Ur e Lagash. Em todos esses lugares foi vitorioso, derrubou as muralhas de cada uma das cidades e lavou suas armas no "mar de baixo" (golfo Pérsico). Fundou uma nova capital, Agade, cuja localização ainda é desconhecida. Suas inscrições oficiais foram registradas em acádio e a dinastia fundada por ele, chamada de dinastia acádia, foi derrubada em 2230 a.C. pelos gútios, povo de origens ainda desconhecida.

Abraão e os três Anjos as portas do purgatório segundo descrição de Dante Alighieri em 1250. Gravura de Gustave Doré (1832-1883)

As origens mais antigas dos hebreus (ou israelitas) ainda não se conhecem. A Bíblia sempre é a fonte mais importante para estudar esse povo. As origens se iniciaram com Abraão, líder de uma tribo de pastores seminômades que, recebendo os conselhos de Deus, partiu da cidade de Ur na Mesopotâmia, perto das margens do rio Eufrates, foi para Harã e depois se fixou na terra de Canaã, no litoral leste do mar Mediterrâneo (hoje Israel). O caráter dessa migração era religioso e teve grande duração de tempo até a chegada de Abraão à terra que Deus prometeu.[21]

Abraão, em contrapartida aos demais homens da época, cria em um único Deus, que criou o mundo, que não se podia ver e que lhe ordenou que partisse para Canaã. Premiado por obedecer a isso e por crer, uma promessa de Deus foi recebida por ele: sua família originaria um povo que se destinaria a ter a terra de Canaã, na qual, de acordo com a Bíblia, brotava leite e mel. Renovou-se essa promessa a Isaac, do qual Abraão era pai e mais tarde a Jacó (do qual Abraão era avô), este recebendo dum anjo a denominação de Israel, cujo significado é “o forte de Deus”. No entanto, Canaã foi definitivamente conquistada, no século XIII a.C., durante a saída de Moisés do Egito e a condução de todos os hebreus à Terra Prometida, em 1 250 a.C..[21]

Os patriarcas

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São chamados de patriarcas os três primeiros líderes dos israelitas: Abraão, Isaac e Jacó. O primeiro passava a sua vida em Ur, na Mesopotâmia. Abraão é ordenado por Deus que partisse para Canaã e lhe é prometido por ele que sua família terá um excelente futuro. Abraão viaja e é estabelecido na terra de Canaã com seus familiares. Depois que morreu, é sucedido por Isaac, do qual Abraão é pai. Depois, é seguido por Jacó, do qual Isaac é pai.[22]

Jacó é pai de doze filhos, que vão originar as