Futuro da Michelin vai muito além dos pneus

Uma das maiores e mais tradicionais marcas globais de pneus, a Michelin investe em inovação para entrar em outros negócios, como o marítimo e o médico, sem abrir mão de sua experiência centenária em mobilidade

A francesa Michelin é reconhecida mundialmente por fabricar pneus inovadores e isso tem uma boa razão. Sua história começou há mais de 130 anos, quando os irmãos André e Édouard Michelin criaram o primeiro pneu removível de bicicleta. Daí em diante, foram inúmeras as inovações. Mas hoje a Michelin é muito mais do que fabricante de pneus.

Com investimento de 1,2 bilhão de euros por ano em pesquisa e desenvolvimento, parcerias estratégicas e o olhar voltado para a sustentabilidade, a Michelin está diversificando o negócio com soluções, produtos e materiais de alta tecnologia para diversos setores, como o marítimo, o aeroespacial e o de saúde.

O plano da empresa é ampliar a atual fatia de 5% de negócios não relacionados a pneus para 20% a 30% do faturamento até 2030.

"Mesmo ainda fiel ao seu DNA de fabricante de pneus, o perfil do Grupo vai mudar significativamente, com o crescimento dos novos negócios. É essa capacidade de se reinventar constantemente que tem sustentado a força da Michelin por mais de 130 anos", afirmou Florent Menegaux, CEO do Grupo Michelin, em evento de apresentação do plano de crescimento sustentável Michelin em Movimento.

Um exemplo de produto voltado à indústria marítima é uma vela inflável, automatizada e com mastro retrátil que vai permitir a barcos e navios utilizarem a força do vento para navegar.

Desenvolvida pela Michelin Recherches & Techniques, na Suíça, e a equipe Wisamo, a solução de propulsão eólica WISAMO (Wing Sail Mobility) by Michelin contribui para a redução do consumo de combustível das embarcações e a descarbonização do transporte marítimo.

Os testes apontam para uma redução das emissões de gases de efeito estufa de cerca de 20%, para navios que já operam, e de 50% nas novas embarcações. A vela pode ser usada como propulsão principal ou em modo híbrido, complementando o motor da embarcação.

Roda espacial

O espaço não é uma novidade para a Michelin. Em parceria com a Nasa, a empresa forneceu pneus para os ônibus espaciais de 1981 a 2011, apoiando 135 missões.

Agora, o programa de pesquisa Michelin Lunar Airless Wheel trabalha de novo com a Nasa para criar uma roda capaz de enfrentar terrenos inóspitos de outros planetas.

Não faltam desafios científicos para essa missão. A roda e o pneu sem ar precisam suportar temperaturas acima de 100ºC e abaixo de -240ºC, resistir a radiações e ter tração para andar em solos soltos e muito agressivos. Tudo isso sem gravidade.

A iniciativa não apenas impulsiona a exploração espacial, mas contribui para o desenvolvimento de técnicas e novos materiais que podem ser usados em aplicações futuras de mobilidade -aqui na Terra.

Na área da saúde, o grupo Michelin lançou stents cardíacos, cintas e próteses ortopédicas e acessórios hospitalares, como o Michelin AirProne, um kit de almofadas de ar criado para quem sofre de síndrome respiratória aguda grave. O sistema aumenta o conforto de pacientes que precisam ficar de bruços e melhora a respiração.

Para entrar em setores tão diversos, a Michelin conta com uma estrutura global de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que atua para gerar inovação, aliada às suas metas de crescimento e ao compromisso de manter o equilíbrio entre pessoas, planeta e performance financeira.

As equipes de pesquisa estão distribuídas em nove centros ao redor do mundo e somam cerca de 6.000 pessoas, sendo 2.500 em Ladoux, na França, o centro de excelência em P&D do grupo. Os profissionais atuam em 350 áreas diferentes de especialização.

Como resultado, a Michelin registrou, só no ano passado, 269 patentes, totalizando mais de 11.600 patentes ativas em todo o mundo. Em 2022, a Michelin entrou para o grupo das 100 empresas mais inovadoras do mundo, segundo ranking da consultoria especializada Clarivate.

Inovação aberta

O Grupo Michelin investiu mais de 44 milhões de euros em parcerias com startups, universidades, pequenas e grandes empresas e institutos de pesquisa. As colaborações são importantes não só para a empresa inovar em pneus e novos produtos, mas também para acelerar o desenvolvimento de tecnologias para responder aos desafios climáticos e à sustentabilidade de modo geral.

A Michelin tem como meta fabricar pneus totalmente sustentáveis até 2050, ano em que pretende alcançar emissões líquidas zero de carbono (Net Zero). No médio prazo, o objetivo é reduzir em 50% as emissões de CO2 das fábricas, na comparação com 2010, e integrar 40% de matéria-prima sustentável aos produtos até 2030, chegando a 100% em 2050.

"Ser sustentável não é apenas cuidar do meio ambiente", afirma Menegaux. "Ter uma operação equilibrada gera resultados, aumenta os lucros, engaja as pessoas e cuida do planeta".

Tecnologia em materiais

As pesquisas da Michelin com materiais de alta tecnologia, como polímeros avançados, têm impulsionado várias inovações. Esses materiais não só melhoram o desempenho e a durabilidade dos pneus, mas podem ser aplicados em vários negócios, do aeroespacial e saúde à eletrônica. Anos de estudos com borracha de alta tecnologia, por exemplo, permitiram o lançamento de stents cardíacos.

A Michelin é líder em compósitos, materiais formados pela combinação de outros dois ou mais materiais de natureza diferente. Segundo a empresa, essas combinações são a chave para a criação de produtos com alto desempenho e mais sustentáveis para o bem das pessoas e do planeta.

PNEUS INOVADORES

A trajetória da Michelin no mercado de pneus é pautada pela inovação. O primeiro pneu de bicicleta removível foi criado pelos irmãos Michelin em 1891. Depois, com a chegada dos automóveis, uma série de inovações não só em pneus foi lançada.

Em 1900, para impulsionar as viagens rodoviárias, a Michelin lançou um guia com hotéis, restaurantes e dicas práticas. Hoje, conseguir três estrelas no famoso Guia MICHELIN é o sonho de todo restaurante de qualidade do mundo.

De volta aos pneus. As pesquisas continuaram e em 1946 a Michelin lançou a tecnologia radial, que transformou a mobilidade. Depois vieram o pneu "verde", pneus para engenharia civil e, mais recentemente, pneus ainda mais eficientes energeticamente, essenciais para veículos elétricos.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha